30 de dezembro de 2004
24 de dezembro de 2004
7 de dezembro de 2004
4 de dezembro de 2004
20 de novembro de 2004
14 de novembro de 2004
12 de novembro de 2004
"Acto concretizado? Num certo sentido, imbuímos de profundidade, retardamos constantemente esse acto. Entretemo-nos a namorar com o destino, balouçamos (como em berço) antes de adormecer - e, por fim, acabamos por desposar o mito. Morremos nas aflições e pavores das nossas próprias lendas trágicas, tais como aranhas presas na sua própria teia. Se há qualquer coisa que merece o nome de "obsceno" é precisamente esta confrontação oblíqua de voyeur com os mistérios, esta marcha pelas bordas do abismo, com todos os êxtases da vertigem, ao mesmo tempo que nos recusamos a abandonar a atracção-encanto do desconhecido. O obsceno tem todas os requisitos da pausa que nos é subtraída. É tão vasto como o Inconsciente e tão amorfo e fluido quanto a própria matéria desses mesmo Inconsciente. É o que vem à superfície de estranho, de excitante e de proibido - e que a um tempo se deTém e paralisa quando, sob as aparências de Narciso, fazemos pender a nossa imagem sobre o espelho da nossa iniquidade. Reconhecido por todos, ei-lo, no entanto, desprezado e rejeitado - e,dai, o ele sempre emergir constantemente de sob os seus desaires proteicos nos momentos mais inesperados. Quando reconhecido e aceite, como ficção da imaginação ou parte integrante da realidade humana, ele não inspira mais temor ou repulsa do que o lótus em flor que mergulha as raízes na lama do rio que o sustenta."
Obscenidade e reflexão, Henry Miller
Obscenidade e reflexão, Henry Miller
8 de novembro de 2004
3 de novembro de 2004
1 de novembro de 2004
31 de outubro de 2004
29 de outubro de 2004
25 de outubro de 2004
19 de outubro de 2004
Noite Vermelha
Duas almas em redenção caiem sobre a cama, os seus corpos estão tingidos de púrpura, compreendem-se letras desbotadas na carne nua. Letras soltas, que foram escritas ao sabor de uma paixão fictícia. A libido deixou-os exaustos. Ele ajuda-a a se deitar suavemente de barriga para baixo, para que a frase que tinha escrita em ambos os seios e barriga ficasse impressa no lençol branco imaculado, ajeita-se sobre ela, beijando-lhe a nuca ao mesmo tempo que comprime o corpo contra o dela fogosamente. Levantam-se, dirigem-se à casa de banho, pelo o caminho tocam-se em tom de brincadeira, apagando a história que tinham tentado relatar. Nos lençóis da cama lê-se:” Omnia vincit amor” (o amor vence tudo). Na casa de banho lavam a alma, ao som do tactear das mãos trémulas de um desejo sagaz, como se fossem cegos, em busca de uma unidade em dois corpos desiguais. A Água que pelo o corpo escorre forma um caldo vermelho que é engolido por um vazio que lhes dá destino, um vazio oculto que a todo o custo tenta eliminar palavras de desassossego das suas mentes imundas de uma perversidade inconsciente. Ela sai da banheira, corre, atira-se para cima da cama desfeita, as gotículas de água que ainda estavam no corpo desbotam a frase que gravaram. Ele sai da casa de banho, nu de corpo e alma, permanece imóvel, olha-a enquanto ela com ambas as mãos esfrega as insignificantes gotas que lhe escorregam pela pele. Sorri e avança, dizendo: és minha. Deixa-me secar-te. Deita-se envolvido por uma libido sonante jamais sentida, com os joelhos abre-lhe as pernas e ajeita-se de modo a preenche-la, quando ela ao seu ouvido diz: não, não podemos. Só o será ao nascer do sol. Olha para a janela, vês a lua? Só sou tua quando o sol rasgar o quarto. Até lá, faz o que a noite costuma, brinca. Assim ele fica, ao sabor do toque, a saborear a pele com as mãos, com a língua, com o corpo, até ambos ficarem anestesiados de um desejo impossível de conter, um desejo que tinha de ser satisfeito. Mal o sol se esgueira pela janela, ele rompe-a iluminando a sua obscuridade, no mesmo instante ambos desfazem-se em espasmos sobre os flancos onde se amordaçaram, transformam-se em tinta rubra que tinge o lençol com a frase: “A monotonia da noite cria semblantes carregados de inocência, crentes que a estética da alma é tão insignificante como o dom da palavra em seres sem sentimento.”
Duas almas em redenção caiem sobre a cama, os seus corpos estão tingidos de púrpura, compreendem-se letras desbotadas na carne nua. Letras soltas, que foram escritas ao sabor de uma paixão fictícia. A libido deixou-os exaustos. Ele ajuda-a a se deitar suavemente de barriga para baixo, para que a frase que tinha escrita em ambos os seios e barriga ficasse impressa no lençol branco imaculado, ajeita-se sobre ela, beijando-lhe a nuca ao mesmo tempo que comprime o corpo contra o dela fogosamente. Levantam-se, dirigem-se à casa de banho, pelo o caminho tocam-se em tom de brincadeira, apagando a história que tinham tentado relatar. Nos lençóis da cama lê-se:” Omnia vincit amor” (o amor vence tudo). Na casa de banho lavam a alma, ao som do tactear das mãos trémulas de um desejo sagaz, como se fossem cegos, em busca de uma unidade em dois corpos desiguais. A Água que pelo o corpo escorre forma um caldo vermelho que é engolido por um vazio que lhes dá destino, um vazio oculto que a todo o custo tenta eliminar palavras de desassossego das suas mentes imundas de uma perversidade inconsciente. Ela sai da banheira, corre, atira-se para cima da cama desfeita, as gotículas de água que ainda estavam no corpo desbotam a frase que gravaram. Ele sai da casa de banho, nu de corpo e alma, permanece imóvel, olha-a enquanto ela com ambas as mãos esfrega as insignificantes gotas que lhe escorregam pela pele. Sorri e avança, dizendo: és minha. Deixa-me secar-te. Deita-se envolvido por uma libido sonante jamais sentida, com os joelhos abre-lhe as pernas e ajeita-se de modo a preenche-la, quando ela ao seu ouvido diz: não, não podemos. Só o será ao nascer do sol. Olha para a janela, vês a lua? Só sou tua quando o sol rasgar o quarto. Até lá, faz o que a noite costuma, brinca. Assim ele fica, ao sabor do toque, a saborear a pele com as mãos, com a língua, com o corpo, até ambos ficarem anestesiados de um desejo impossível de conter, um desejo que tinha de ser satisfeito. Mal o sol se esgueira pela janela, ele rompe-a iluminando a sua obscuridade, no mesmo instante ambos desfazem-se em espasmos sobre os flancos onde se amordaçaram, transformam-se em tinta rubra que tinge o lençol com a frase: “A monotonia da noite cria semblantes carregados de inocência, crentes que a estética da alma é tão insignificante como o dom da palavra em seres sem sentimento.”
18 de outubro de 2004
Percorrer todos os poros do corpo, com um único dedo, emudece-lo entre os lábios, ao sabor de uma dentada. Afagar o cabelo ao som de um beijo furtivo. Enlear a alma, amassar o coração em nós de paixão. Compilar pratos singulares de sabor indescritíveis, inesquecíveis. Toca-me! Ordena Vénus em Chamas ao seu servo rebelde. Esse esconde-se, por esconder segredos que teme que o tornem em esquecimento. Com medo do desprezo, despreza, apenas para se ocultar. Mas Vénus em Chamas aceita-o como ele é, e de preferência sem medos (…) Languidez do olhar, suavidade do toque, paixão da carne. Venalidade dedutiva.
14 de outubro de 2004
Descrever o sabor do teu desejo
Sobre a minha pele
É a volúpia que demanda.
A curiosidade
Governa-te o deleite.
Lembro-me do teu olhar,
Esqueci-me do teu beijo,
O que ele me interessa!
Quero saber pela tua boca,
Que recantos a tua,
Língua ainda não experimentou.
Por onde passaram os teus lábios,
E que sabores adoras-te.
Reconheço que não me conheço.
No brilho nos teus olhos,
Vejo a minha face reflectida.
O que admiras?
A perversidade do meu falar?
A textura da minha língua?
A suavidade do meu peito?
O calor do meu colo?
Porque escondes o que sentes,
Eu sei o que pedes.
É o enigmático que te provoca!
É o grau de sensualidade que te envolve
No oculto que desperta,
Em ti a curiosidade,
Que se traduz em porquê.
Só tens de saber que ele apenas o é.
Sobre a minha pele
É a volúpia que demanda.
A curiosidade
Governa-te o deleite.
Lembro-me do teu olhar,
Esqueci-me do teu beijo,
O que ele me interessa!
Quero saber pela tua boca,
Que recantos a tua,
Língua ainda não experimentou.
Por onde passaram os teus lábios,
E que sabores adoras-te.
Reconheço que não me conheço.
No brilho nos teus olhos,
Vejo a minha face reflectida.
O que admiras?
A perversidade do meu falar?
A textura da minha língua?
A suavidade do meu peito?
O calor do meu colo?
Porque escondes o que sentes,
Eu sei o que pedes.
É o enigmático que te provoca!
É o grau de sensualidade que te envolve
No oculto que desperta,
Em ti a curiosidade,
Que se traduz em porquê.
Só tens de saber que ele apenas o é.
Estou deitada completamente nua. Adormeço com as mãos entre as pernas. Acordo, continuo deitada agora nua de corpo e alma. Pergunto ao infinito o que te faz demorar, de tão quente que estou pareço uma estrela que dá autorização à orgia da criação. Passo as mãos pelo meu corpo, ele está suado. Que os vapores que liberto te envolvam e façam com que o teu desejo se conjugue com o meu.
13 de outubro de 2004
11 de outubro de 2004
Sinto-te tão ferozmente, que a alma se incendeia em labaredas de desejo.
Memoria gravada do teu olhar no meu. Estranho sabor cristalizado, entediado em espera, que se torna em desespero. Atravessa o espelho, transforma-nos. Imagem reflectida e corpo em delírio. Sagaz inocência pervertida. Liberta-te, consome-me…
Memoria gravada do teu olhar no meu. Estranho sabor cristalizado, entediado em espera, que se torna em desespero. Atravessa o espelho, transforma-nos. Imagem reflectida e corpo em delírio. Sagaz inocência pervertida. Liberta-te, consome-me…
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