31 de julho de 2004






Hoareau Stephan

30 de julho de 2004

28 de julho de 2004

Sexo, sexologia, pervertida, enegrecida
Pelas vozes do relento dos tempos
Que negam instantes únicos
Pela voz não do coração
Mas sim da razão
Sexo Compatível
Sexo Incompatível
Sexo Desmedido
Sexo Excessivo
Sexo Colossal
Sentidos anómalos
Excepcional sexo
Puro, simples, concreto real
Sem amargar a boca penal, sazonal
De corpos desiguais
Sexo...

25 de julho de 2004










24 de julho de 2004

Umbigo, mamilo,
Estreitas fitas finas de seda,
Cobrem a carne em torpor atómico.
Simbiose desenfreada de corpos que deslizam em suor.
A ânsia do desejo da carnação
A afoiteza da imaginação libidinal,
É tanto sureal como irreal.
Áureas límpidas de amor pelo o sensual.
Venal torna-se o mundo em prol do desejo carnal…
Sobre o crepúsculo da madrugada em chamas,
Espectros dividem-se em quadrantes ofegantes:
O poder do sentir,
A concretização da compreensão,
O saber do olhar.
Reter e analisar,
Sentir energia,
Ser essência,
Mergulhar em paralelos
De sorte em retalhos.
Desejo, excitação, orgasmo
Psicologia, sociologia, biologia
Fantasia, sonho, iniciação
Masturbação, receptividade, sensação
Motivação, aspiração, brancura.
Mil e uma coisas,
Coisa alguma.

23 de julho de 2004

Bert Sarah



21 de julho de 2004



20 de julho de 2004



10 de julho de 2004

Natália Correia

Mocinhas gráceis...

Mocinhas gráceis, fungíveis
Mimosas de carne aérea
Que pela erecção dos centauros
Trepais como doida hera!
Por ardentes urdiduras
De Afrodite que abonais
Passais como queimaduras
E tudo em fogo deixais.

Ofegar de onda retida
Na ocupação epidérmica
De serdes a exactidão
Florida da primavera,
Todas de luz invadidas,
Soi, porém, as irreais
Bonecas de sol sumidas
No fulgor com que alumbrais.

Lá no fundo dos desejos
Chegais macias e quentes
Com violas nos cabelos,
Nas ancas, quartos crescentes;
Nas pernas, esguios confeitos,
Na frescura o vermelhão
De uma alvorada que rompe
Em seios de requeijão.

Enleais, mas de enleadas,
Ó volúveis, ó felinas!
Saltais fazendo tinir
Risadas de turmalinas;
E com as asas do segredo
Que vos faz misteriosas
– Pois sendo divinas, sois
Do breve povo das rosas –,
Adejais de beijo em beijo
Já que para gerar assombros
Vicejam as folhas verdes
Que vos farfalham nos ombros.

Ó doçaria que em línguas
Acres sois torrões de mel,
Quando idoneamente ninfas
Vos vestis da vossa pele!
Se a olhares venéreos furtar-vos
Em roupas não vale a pena,
Pois mesmo vestidas estais
Nuinhas de graça plena,
De esbelta nudez plantai
Róseos calcanhares nos dias
Fugazes, não vá Vulcano
Levar-vos para sombras frias;
Não sequem os anos corpinhos
De aragem que os deuses sopram,
Que os anos são os malignos
Sinos que pela morte dobram.

Mocinhas fúteis que sois
Da vida as espumas altas
Leves de não vos pesar
O peso de terdes almas;
Que essa força de encantar,
Ó belas! cria, não pensa.
Ser perdidamente corpo
É a vossa transparência.
Allen Ginsberg

Poema de amor sobre um tema de Whitman

Entrarei silencioso no quarto de dormir e me deitarei
entre noivo e noiva,
esses corpos caídos do céu esperando nus em sobressalto,
braços pousados sobre os olhos na escuridão,
afundarei minha cara em seus ombros e seios, respirarei tua pele
e acariciarei e beijarei a nuca e a boca e mostrarei seu traseiro,
pernas erguidas e dobradas para receber,
caralho atormentado na escuridão, atacando,
levantado do buraco até a cabeça pulsante,
corpos entrelaçados nus e trémulos,
coxas quentes e nádegas enfiadas uma na outra
e os olhos, olhos cintilando encantadores,
abrindo-se em olhares e abandono,
e os gemidos do movimento, vozes, mãos no ar, mãos entre as coxas,
mãos, na humidade de macios quadris, palpitante contracção de ventres
até que o branco venha jorrar no turbilhão dos lençóis
e a noiva grite pedindo perdão
e o noivo se cubra de lágrimas de paixão e compaixão
e eu me erga da cama saciado de últimos gestos íntimos
e beijos de adeus –
tudo isso antes que a mente desperte,
atrás das cortinas e portas fechadas da casa escurecida
cujos habitantes perambulam insatisfeitos pela noite,
fantasmas desnudos buscando-se no silêncio.
HIHIHIHI



8 de julho de 2004

Depois de muito ponderar, resolvi determinadamente mostrar esta imagem fabulosa aos meus queridos leitores. LOL (não quero estar a ferir susceptibilidades, como é obvio)
Um pouco pornográfica e tal, mas acho que todos vão com certeza, acha-la interessante, devido ao seu carácter muito peculiar…


THE KISS











A Madrugada de prazer,
Que me fez acordar para ver
As mortalhas, pelas as quais me deixei envolver.
Corpos nus, juntos de mim tentam as rasgar,
Corpos que se tocam sem cessar.
Gemidos que se propagam,
Pelo infinito mar.
Olhares sentidos e perdidos.
Amores inatingíveis,
Prazeres inegáveis.
Trazem maldições e solidão.
Somos escravos do desejo e vicio,
Que abundam em nossas mentes e corpos.
Aprisionados pelas ondas de prazer ardente,
Que o toque e instilação provocam em nós…
Este carrossel de amor, sem pudor.
Trespassa-me a alma como uma seta em brasa.
Gira incessantemente em torno de mim
Sem no fim realmente me conseguir adivinhar.
És a agulha que me trespassa,
Enchendo-me de dor e prazer.
Quero saltar deste gigantesco carrossel.
Temo ficar embriagada não de amor,
Mas de deleite pela dor.

5 de julho de 2004

"E, com estas palavras, conduziu Dutour a um pequeno e encantador aposento onde a amante de Raneville, que tinha sido informada da partida e estava a par de tudo, jazia deitada por sobre um sofá de veludo, sobre o seu corpo apenas um elegante penteador, a cara todavia coberta: nada escondia as provocantes curvas do seu corpo, mas o seu rosto permanecia invísivel. "Ora eis aqui uma mulher na verdade belíssima," exclamou o Dutour," mas porque me privais do prazer de admirar as suas feições, estaremos nós no serralho do grande senhor.?" "Não, nada disso, é uma questão de modéstia." "o que quereis dizer com isso?""penseias que eu pretendo exibir apenas o corpo ou os trajes da mina amante? Estaria o meu triunfo completo se, mesmo depois de terdes removido todos os véus, não vos convencesses de quão feliz eu estou por possuir tantos encantos...? Sucede que esta jovem mulher é extremamente modesta, pelo que estes detalhes a fariam corar; assim, aprestou-se a concordar com tudo isto, mas na expressa condição de estar coberta com um véu. Sabeis como é a modéstia e a delicadeza das mulheres, Senhor Dutour, não se defrauda um homem elegante e experiente como vós desta forma...""Mas o que é que me ides mostrar...?" "Tudo, tal como vos disse, tudo; ninguém é menos ciumento do que eu e, para mim, a felicidade não partilhada parece-me insípida e só a partilha me satisfaz." E como que para provar aquilo que acabara de dizer, Raneville removeu um véu de gaze finíssima que imediatamente revelou o seio mais belo que os olhos humanos jamais contemplaram... Dutour ficou excitado. "Bem" disse Raneville, "o que pensais disto?" " tão atraente como a própria Vénus.""Pensais que um peito tão branco e firme nao é feito para despartar paixões...? Tocai-lhe, meu amigo, tocai-lhe, os olhos por vezes enganam-nos, eu acredito que no prazer devemos utilizar todos os nossos sentidos." Dutour aproximou-se com uma mão trémula e tucou extasiado o mais belo seio do mundo, mal podendo acreditar na incrivel complacência do seu amigo. "Desçamos um pouco", disse Raneville levantando até à cintura uma saia de leve tafetá sem que a bela velada se opusesse a este movimento. "Então, o que me dizeis destas coxas, será o templo do amor sustentado por colunas mais belas?" O pobre Dutour continuava a apalpar tudo o que Raneville lhe ia revelando. "Velhaco, imagino como vos sentis," continuou o complacente amigo, " este delicado templo que as próprias Graças cobriram com um leve musgo...estais ansioso por abri-lo, não é assim? Que digo, por beijá-lo, aposto!" Dutour estava já ceho...gaguejou...e como única resposta exibiu as violentas sensações que os seus olhos deixavam transparecer; mas eis que o seu amigo insistia, e os seus dedos libertinos acariciaram as portas do templo que a própria voluptuosidade abriu aos seus desejos; deu o divino beijo que lhe foi permitido e saboreou-o durante uma hora."

"Contos Morais", Marquês de Sade