30 de agosto de 2006


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29 de agosto de 2006

Imaginem um homem, caustico, por quem podíamos acertar o passo. A nossa personagem fazia tudo à mesma hora. Tudo tinha um compasso ténue, que delimitava, uma linha rígida de ver a vida. O derradeiro objectivo seria, alcançar a perfeição, anulando qualquer passo incerto. Fazer o correcto, mesmo que isso lhe cinja a liberdade de viver, a liberdade de dar um passo em falso. Tudo para ele tinha a sua mecânica. Uma mecânica atroz. Uma mecânica demasiado lenta, sinuosa. Ás 09H00 ele acordava. Ás 09h20 estava vestido. Ás 10h00 acabava de tomar o pequeno-almoço, e ia trabalhar. Deslizava sempre ao mesmo compasso, com as suas veste formais reflectindo todo o brilho arrogante do seu suposto caminho recto. No caminho para o trabalho. No final da rua parava no quiosque. Olhava para a casa do outro lado da rua. Dava uma vista de olhos pelos títulos dos jornais, e seguia caminho. Com ar de quem medita profundamente sobre a problemática de estar vivo. Trabalhava das 10h30 ás 17:30, numa biblioteca. Aproveitava para ler na hora de almoço. Apesar todo este cárcere auto-imposto, era um homem simpático, jovial. Que tinha os mesmos pensamentos que cada um de nós, sobre o que lhe rodeia. A diferença entre ele e o resto dos homens que já vi, era a de dele determinadamente não fazer determinadas coisas. Coisas banais. Porque julgava que ao interagir de certa maneira isso implicaria que toda ordem no mundo se alterasse. Como se ele fosse um ponteiro do relógio da eternidade que jamais pode deixar de funcionar daquele modo, senão tudo cessa de existir. Até que num belo dia de sol a nossa enfadonha personagem, ao chegar ao trabalho, depara-se com uma bela jovem, de longos cabelos ruivos, com um vestido preto de alcinhas fininhas. Ela estava do outro lado do balcão de atendimento da biblioteca, a falar com um outro seu colega. Que de imediato lhe apresenta a nova colega. – Esta é a Gabriela. E nisso a nossa personagem sente um arrepio pelas costas seguido de um rosar da face. O João fica perplexo. Há mais de 5 anos que trabalhava com o Pedro. Ele nunca vira uma reacção dele, perante fosse o que fosse. Especialmente na presença de uma mulher. Mas o Pedro depressa se comediu, e deu as boas vindas a nova colega. Passaram dias, semana, meses, e o nosso Pedro, parecia lentamente alterado. Sempre que entrava a porta da biblioteca, sorria de cabeça baixo. Passava os dias na tranquilidade. Não sabia ele o motivo dessa tranquilidade, a paixão inconsciente que ele sentia. Até que o começou a sufocar lentamente, quando dava por si, os pensamentos tomavam controle do corpo, e o corpo tomava-lhe conta do pensamento. Todo o pensamento se resumia a uma única coisa, um único objecto, a Gabriela. A doce Gabriela. Com os seus longos cabelos ruivos. O decote dela, que o deixava a salivar. O cheiro dela. Tudo nela, era uma desculpa, para que o nosso anjo fosse arrastado num turbilhão de pensamentos atrozes. E os dias e as semanas e os meses passam, e Gabriela impacientemente espera, por um sinal. Ela admirava a timidez dele, deixava-a a fervilhar. E a nossa personagem nada fazia. Pode dizer-se, o cenário, era dantesco. Começará a ficar com o ar inundado de desejo não explícito. Um desejo silencioso. À noite Pedro, já não aguentava a tensão. E por entre a luz fosca da casa de banho, tentava desesperadamente aliviar a tensão. Masturbava-se sem pensar em nada, tentava a todo o custo redimir qualquer pensamento direccionado a alguém, a um objecto sexual. O corpo/objecto, como forma do egoísmo da emoção humana. Isso revoltava-o. No entanto ele acabará de cair como todos os homens. O nosso anjo caíra e nem dera por isso. Podemos vê-lo ao fundo do corredor mal iluminado, a demência da negação, dos impulsos básicos. Pedro sôfrego na tentativa de expelir todo o desejo. O pensamento dele era uma guerra bélica, entre as imagens que lhe surgiam, e o quadro edílico de um ecrã branco sem imagens. E passam dias, semanas, meses. E o rito de expulsar e controlar o desejo aumentará gradativamente. Lentamente. Cada vez que Pedro chegava a casa, e se dirigia a casa de banho, meio atordoado com o pensamento inundado de imagens retalhadas do corpo de Gabriela. Dirigia-se a casa de banho, com uma expressão atordoada no rosto. Despia-se, rapidamente e deslizava para a banheira, e urinava. Nos últimos meses só conseguia urinar na banheira. O seu membro assim o ditava. Permanecia imponente como um imperador, que já mais abdica da sua posição. De seguida masturbava-se arduamente. O desejo governava-o. O medo igualmente permanecia intacto. O medo. O receio do inesperado. E dias passam. E Gabriela, também deixa de conseguir suster o desejo crescente. Algo nela lhe dizia, mergulha, mergulha por ele dentro. Como se sentisse o mesmo. Mas não sabia como actuar. Por ele mostrar uma posição demasiado rígida e incerta. Até que certo dia ela resolve ter uma atitude. Antes de ir trabalhar espera por Pedro no quiosque. Este ao vê-la, atravessa a estrada repentinamente. Os ombros de Gabriela esmorecem. E recompõem-se rapidamente e corre na direcção dele. Interpelando-o. – Porque foges? Não sei do que falas. Sabes sim! Porque foges? Porque sim. E os ombros frágeis de Gabriela cambaleiam, sem saber o que fazer. Mas há medida que o dia foi passando. Os demónios de Pedro começaram a afastar-se. E ela sentiu que ele com o passar dos dias se foi tornando num homem, consciente do desejo. Do “pecado” que o homem faz arte, em nome da sua existência. E belo dia Pedro. Ao passar por Gabriela por entre as estantes da biblioteca encosta-se por trás dela. E sussurra-lhe ao ouvido. Hoje jantas comigo. Ela estremece. Virando-se para ele. Olha o nos olhos. E rouba-lhe um beijo.

2 de agosto de 2006

I Wanna Get In Your Pants
The Cramps



May I have this dance?
Can I get in your pants?
May I squeeze on them cshoes? Sing you maybe some blues?
I wanna wear your rain coat. Dance around the house.
Your leopard skin and chain tote.
Has got me so aroused.
Baby you got the clothes.
You got romance.
You got the moves.
So, while I got the chance...
I wanna get in your pants? To just unzip the back.
Baby, that's where it's at. Can I try on that hat?
Give you my baseball bat.
Oh baby it's uncanny.
Bout them there Sunday panties.
Hey, today ain't Sunday. Get 'em off o' your fanny. Oh, under your underpants. You got a wonderful ass.
It's in the back o' my mind. But, meanwhile, back at the ranch.
I wanna get in your pants. You know I'm in a band.
And I can do handstands.
I got this burning desire. To don that darling attire.
How that elastic snaps. Against my kneecaps.
I wanna wiggle into.
Your powdered rubber skin...ooh.
You got the clothes.
You got romance.
You got the boots.
So, I just gotta ask. Can I get in your pants?