11 de novembro de 2006

A prostituta sagrada dança envolta de plumas plasmáticas de energias imensuráveis. Mil cores são projectadas sobre o breu das almas sedentas de paixão pela complementaridade. A seriedade da norma desvanece ao som dos ardentes gemidos que a carne produz ao se enlaçar. Gancho que se insere no travessão caloroso da bainha húmida, doce, quente e escorregadia. O corpo não aguenta mais a emoção do toque da carne envolta de beijos rubros de olhares translúcidos. Em carrossel tornamo-nos, cornucópias aladas de sabores afáveis. Lentamente tentamos penetrar a alma, ficamos na expectativa que ela se una. Gemidos, cânticos divinos que aceleram a intensidade do momento. A doce dor isentasse de fundamento, e torna-se em murmúrio incandescente. Abraçados até ao infinito rodopiam compenetrados pelo ritmo do orgasmo dionisíaco que lhes eleva o corpo à alma. O espírito desce sobre o corpo, e tudo se dilui em uma palete de cores em espiral infinita de deleito pelo usual. Passam a ser um só e tudo se torna dual ao seu redor, e a prostituta sagrada desce à terra por uma escada de folhas fálicas vindas desde o início do nada, ela traz consigo o suspiro divino que enleia as almas em deleite, semeando o amor fantasiado por gemidos provindos da tentativa de capturar, aquele único momento em que tudo se torna inigualavelmente inesquecível.

1 comentário:

A. Pinto Correia disse...

Já nem me lembro como é...virei eremita e casto.
Beijo