20 de setembro de 2004

Lúcifer sobre o luar
Do meu olhar
Alma que se esconde
Amor que não se rende
Sentimento inconsequente
Sapiente indolente
Voraz, sagaz, perspicaz…
Estômago sem reduto
Acéfala do meu mundo
Medusa sem conteúdo
É sabedoria sem medida
E a mente humana jamais
Será vencida
O ontem é sempre ontem
E o agora é automaticamente ontem
O fado será futuro
E o rumo é traçado
Pela traça que rói
A teia que a vida molda
Paixão que não se sacia
Pelo o que a mente dita
Essa grita, imita o prazer
Do orgasmo do querer
Satisfazer o desejo
Que não se deixa morrer
Eterna é a aflição
Que fica por desaçaimar
Na mente para sempre
Perdurará o desejo por realizar
A fome por matar
Hoje durmo envolta
Do teu pensamento
Sobre ele gemo
Grito sobre a incógnita da tua face
Em pensamento deixo-me cavalgar
Sobre a incerteza do teu falo
Enrosco-me depois sobre a chama
Do meu por do sol que repousa
Ao som do teu respirar
Estrela da manhã
Beija-me ao acordar
Eleva-me ao teu olhar
Desfila ao meu lado
Pois eu sou aquela
Que se esconde na a bruma da incerteza
Que pretende alcançar o seu oposto e complementar
E assim alcançar a ternura e subversão da ilusão.

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