29 de março de 2004

Ao passar por ela, ele rodeia-a com o olhar. Mascara ou sentimento? A pele de galinha na nuca desce como um raio fulminante, repentinamente, por todo o corpo estende-se como uma onda denominada prazer. Sentir o cheiro e cheirar o sentimento. A voracidade do pensamento mágico dilui-se pela eternidade o seu combustível chama-se extremo, ermo entre dor e prazer. O que os distingue pensa o homem ao deixar deslizar os dedos pelos caracóis da mulher que se esconde dele pois se vê reflectida. Caminhos que se cruzam, olhares por desvendar. Serão reais ou fragmentos da imaginação? Sabores que anseiam se misturar em ondas tão adamastoras de libidos fervilhantes que a saudade do que ficou esquecido fragmenta-se em mil e um pedaços e em vez de histórias, soltam-se gemidos que comportam a essência de dois corpos abraçados. Por entre a carne o suor desliza como gotas de chuva em forma de doce canção, sobre o corpo que grita perante o êxtase que se advinha. Onde está a razão? Não a será, sem paixão…

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