4 de abril de 2004

VELUDO

Sobre um corpo de gatas duas mãos deslizam, tocam, apalpam, contornam as coxas e em exímio o pêndulo penetra o convés do barco. Um gemido fervoroso sem pudor perde-se no ar. O pêndulo sai, a gruta não está quente o suficiente, e o imperador impregna com a sua a mão afável um estalo sobre as nádegas da imperatriz e em eco de deleite produz-se líquido exótico na vulva assanhada. As coxas estremecem ao sabor do deleite inspirado pelo o boreal toque inesperado. O pêndulo oscila na sua direcção a alta velocidade penetrando a bruma que oculta o desejo supremo. Água nasce igualmente na boca dos dois amantes. Movimentos vorazes unem-se a sons indivisíveis. Sentindo a proximidade do júbilo de ambos, ele retira o pêndulo dizendo para que ela se deixe estar de quatro, sem se mexer. Ela não consegue falar a libido controla-a, apenas geme de ânsia pelo o que ficou por completar. Ela suspira, retira a mão do chão passa-a pelo mamilo e aperta-o, de seguida deixa a mão deslizar do peito até ao umbigo e do umbigo até à vagina, olha para o lado e vê o de pernas abertas a esfregar a protuberância. Ela sem conseguir falar, sorri-lhe e deixa um dedo escorregar por entre as bordas do barco entre as suas coxas toca no barqueiro hirto e desfalece em espasmos luxuriantes.
De gatas desliza até ao homem sentado inundando-o de desejo. Põem-se de cócoras à sua frente e que nem uma gata lambe-lhe o escroto com a ponta da língua içada, depois com a sua delicada mão segura-o, olha-o, larga-o e leva a mão até à vulva, onde recolhe o néctar que lhe abunda, espalha-o no pêndulo que se torna em aço, deita novamente a mão à violácea penetra-a extraindo mais néctar. Levanta-se e esfrega-lhe a mão na cara em tom de provocação. Inclina-se dá-lhe uma dentada no pescoço e com a ponta dos dedos segura-lhe o mamilo esquerdo puxa-o, troce-o, volta a pô-lo no lugar apertando-o até ele gritar ao som do prazer diluído com a dor. Ele imediatamente agarra-lhe as nádegas e espreme-as contra as mãos, explorando o botãozinho róseo com a ponta do dedo indicador da mão direita. Com ele penetra o convés do barco sem pedir autorização ao barqueiro e vai buscar guarnição para a viagem. Volta ao botãozinho místico, munido de mais suco, para brincar. Faz apenas pressão ao de leve para descontrair os músculos, retira o dedo da entrada do palácio, empurra-a para baixo para que ela se sente à medida que lhe dá beijos e dentadas nos seios e barriga. Ela quase a tocar com os joelhos no chão engole o imperador num só gole e com ele por entre os lábios deixa a língua vibrar que nem uma cobra que afaga a sua vítima. Ele comovido respira fundo passa-lhe a mão pelo pescoço e repentinamente abre os dedos enfia-os rumo à nuca e com a mão firme agarra-lhe os cabelos ondulados puxa-lhe pela cabeça para que ela retire os lábios e língua. Ela ajoelha-se e em suplício lambe-lhe as bolsas, afasta-se, olha para ele enquanto empurra os mamilos para dentro em símbolos da necessidade de apagar o fogo que se instalou no barco. Ele levanta-se agarra-a por um braço, deita-a em cima da cama de barriga para baixo e com os joelhos no chão, ajoelha-se por trás dela põem-lhe as mãos nos ombros e fá-las descer à medida que deixa o corpo deslizar até encontrar o dela, diz-lhe ao ouvido, estas a provocar-me? E encosta a ponta do pêndulo à flor rósea como se o pêndulo se tivesse transformado numa abelha que rodeia a flor, ele anda de flor em flor a sugar o orvalho matinal, e o orvalho espalha-se pelas pétalas. Mas o pêndulo gosta tanto de flores que fica morto de ânsia por saber como seria o toque, qual seria a sensação que o botãozinho por desflorar poderia produzir? E na ânsia desmedida pela curiosidade, rompe rumo ao botãozinho, e esse engole a ponta do pêndulo e as coxas dela transformam-se numa égua. Ele dá-lhe uma dentada no ombro perto do pescoço, beija-lhe as costas há medida que lhe dá dentadas até chegar aos montes das colinas de veludo, com as duas mãos segura-lhe as colinas gémeas do vale de veludo, beija-as, morde-as, aperta-as, venera-as e penetra-as com a língua ávida rumo ao vale de todos os segredos, no meio encontra-se o botãozinho róseo, e em lambidelas compassadas, tremulas e vigorosas, delicia-se e ela geme, o prazer tornara-se em suplicio que tem de ser satisfeito e expelido. Os corpos dos dois amantes vibram, e ele torna-se em céu, nuvens e chuva, regando-lhe a terra para que o botãozinho possa eclodir. Após a chuva deixar a terra húmida o pêndulo salta de curiosidade, no corpo instala-se o desejo que tem de ser satisfeito custe o que custar. Ele também contém sementes que anseiam se espalhar. E em murmúrios não traduzíveis ajeita-se e deixa o pêndulo furar o botãozinho, devagar, sem pressa alguma, todo o momento é sereno, afável e único. O pêndulo escorrega, rompe a terra, o botãozinho e descobre a planície estreita de veludo que o delícia, o botãozinho torna-se em botão, e as semente são espalhadas no vale de veludo que ondula ao sabor do tremor de terra que o pêndulo provocou. E na calada da noite os amantes colados descobrem que sempre pertenceram um ao outro.

Sem comentários: