22 de maio de 2004

Os meus olhos ficam diferentes quando bebo absinto...
Sou o espelho que te faz ver, o teu verdadeiro reflexo. Não sou igual, apenas absorvo a tua verdadeira imagem e retribuo-te. Embora a representação apareça invertida perante o espelho. Aqui a inversão é o sexo. Tu sendo masculino eu sendo feminino, mas de essências e expectativas, estranhamente idênticas. É a imagem invertida que nos dá a vislumbrar a nossa mútua identidade no meio do todo que se interliga.
Porque tu és como eu, absorves as energias que te rodeiam. Então quando estamos a sós, só nós os dois, conseguimos ver o que somos. Deixamo-nos envolver um pelo o outro. Como se fossemos unos, um em dois corpos, que necessitam de sentir o que são. Onde a partilha dá origem à criação e unificação da curiosidade pelo que faz o ser, o sentir, e aprendemos a dirige a mais pura criatividade e aos poucos construímos mundos tanto imaginários como reais de doces satisfações inebriantes, ofegantes sons incompletos que o prazer faz transparecer através do agradável som de um gemido.

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